domingo, 26 de junho de 2011

Ser cristão "não é um traje para ser usado em privado", adverte o Papa


Ao receber ontem os participantes da assembléia plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Papa Bento XVI ressaltou que ante os esforços de alguns de expulsar a fé da vida pública, deve recordar-se que "ser cristão não é uma espécie de traje que se usa em privado".

Em seu discurso aos membros do dicastério instituído por ele em outubro de 2010, o Santo Padre destacou que o anúncio que sempre proclamou a Igreja "hoje precisa ser renovado para convencer o homem moderno, freqüentemente distraído e insensível. Por isso, a nova evangelização deve buscar encontrar as vias para que seja mais eficaz o anúncio da salvação, sem o qual a vida é contraditória e carece do essencial".

"Inclusive a aqueles que seguem unidos às raízes cristãs, mas vivem uma relação difícil com a modernidade, é importante fazer que entendam que ser cristão não é uma espécie de traje que se usa em privado ou em ocasiões especiais, mas algo vivo e totalizador, capaz de assumir tudo o que há de bom na modernidade".

Bento XVI sublinhou logo que "o termo ‘nova evangelização’ recorda a exigência de um novo modo de anúncio, especialmente para aqueles que vivem em um contexto como o atual, onde o desenvolvimento da secularização deixou lastros profundos nos países de tradição cristã".

"A crise que vivemos traz consigo os traços da exclusão de Deus da vida das pessoas, uma indiferença geral ante a fé cristã, até a tentativa de marginá-la da vida pública".

"Ademais, freqüentemente se verifica o fenômeno de pessoas que desejam pertencer à Igreja, mas que estão fortemente determinadas por uma visão da vida que contrasta com a fé".

O Papa destacou logo que "anunciar a Jesus Cristo único Salvador do mundo, hoje é mais complexo que no passado, mas nossa tarefa segue sendo a mesma que ao começo de nossa história. A missão não mudou, assim como não deve mudar o entusiasmo e a valentia que moveram os apóstolos e os primeiros discípulos".

Seguidamente expressou o desejo de que nos trabalhos da plenária destes dias, os membros e consultores esbocem "um projeto para ajudar a toda a Igreja e às diversas Igrejas particulares no compromisso da nova evangelização; um projeto onde a urgência de um renovado anúncio se encarregue da formação, em particular para as novas gerações, e se conjugue com a proposta de sinais concretos para que a resposta da Igreja neste peculiar momento seja clara".

Finalmente o Santo Padre assinalou que "se, por uma parte, toda a comunidade está chamada a reforçar o espírito missionário para oferecer o anúncio novo que esperam os homens de nosso tempo, não se pode esquecer que o estilo de vida dos fiéis necessita uma verdadeira credibilidade, quanto mais convincente quanto mais dramática seja a condição das pessoas às quais se dirigem".

Senado de Nova Iorque aprova mal chamado "matrimônio" gay


O Senado do estado de Nova Iorque (Estados Unidos) aprovou na madrugada deste sábado 25 de junho a legalização do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, conforme informa o jornal The New York Times.

A votação foi apertada e foi aprovada após nove horas de debate a portas fechadas com 33 votos a favor e 29 contra. Um total de quatro senadores republicanos votaram a favor da medida, unindo-se aos 29 senadores democratas.

Devido à massiva presença de pessoas manifestando-se a favor e contra a medida foi preciso fechar o Senado para proceder à votação.

A aprovação desta medida era a última etapa na legislação a favor do matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, fortemente apoiado pelo governador do estado, Andrew M. Cuomo. Espera-se que Cuomo assine a medida, e a partir desse momento a lei será efetiva depois de 30 dias.


Na atualidade somente cinco dos 50 estados (além de Nova Iorque) permitem o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo: Connecticut, Iowa, Masachusets, New Hamphsire e Vermont, assim como o distrito de Columbia.

A aprovação desta medida foi celebrada pelo lobby gay, que sofreu uma dura e inesperada derrota há apenas dois anos atrás no Senado --que nesta ocasião estava controlado pelos democratas-- para a aprovação desta lei.

Cuomo fez do mal chamado "matrimônio" homossexual uma de suas prioridades para este ano e se pôs à cabeça da medida junto com várias organizações do lobby gay para confrontar a derrota sofrida em 2009.

Graças a esta aliança, Cuomo utilizou três milhões de dólares para campanhas em rádio e televisão para persuadir um punhado de senadores de que deixassem de um lado sua oposição à lei e mostrassem seu apoio à mesma.

Para os senadores republicanos, o mero fato de propor esta medida era uma decisão errônea.





A maioria dos republicanosse opõem a esta opção apoiando-se em fundamentos morais, embora alguns deles aduzam também motivos políticos, temendo que a aprovação do matrimônio homossexual sob seu mandato possa irritar os votantes do seu partido, inclinando a balança para o lado dos democratas nas seguintes eleições.

Eucaristia é o coração que dá vida à Igreja, afirma Bento XVI


Ao presidir hoje a reza do Ângelus dominical perante milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro no Vaticano, o Papa Bento XVI assinalou que "a Eucaristia é como coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja".

Em sua reflexão no dia em que na Itália e em muitos outros países se celebra a Solenidade do Corpus Christi, a festa da Eucaristia, o Papa recordou que este sacramento foi instituído por Cristo mesmo na Última Ceia "e que constitui o tesouro mais precioso da Igreja".

"A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social completamente baseado sobre o laço espiritual, mas concreto, com Cristo", explicou o Pontífice.

Sem a Eucaristia, prosseguiu, "Sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria. É a Eucaristia, de fato, que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus".

"O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, tanto que a Igreja é realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e deles entre si".

O Papa também afirmou que "em uma cultura sempre mais individualista, como aquela em que estamos inseridos nas sociedades ocidentais, e que tende a difundir-se em todo o mundo, a Eucaristia constitui-se como uma espécie de "antídoto", que age nas mentes e nos corações dos fiéis e continuamente semeia nesses a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho".

Depois de recordar a experiência de comunhão dos Apóstolos ao redor da Eucaristia, o Papa recordou que "a Igreja, apesar dos limites e erros humanos, continuou a ser no mundo uma força de comunhão. Pensemos especialmente nos períodos mais difíceis, de prova: o que significou, por exemplo, para os Países submetidos a regimes totalitários, a possibilidade de reencontrar-se na Missa Dominical!"

"Como diziam os antigos mártires de Abitene: "Sine Dominico non possumus" – sem o "Dominicum", isto é, sem a Eucaristia dominical não podemos viver. Mas o vazio produzido pela falsa liberdade pode ser muito perigoso, e então a comunhão com o Corpo de Cristo é remédio para a inteligência e a vontade, para reencontrar o gosto pela verdade e pelo bem comum".

Bento XVI concluiu sua reflexão invocando a Virgem Maria, quem o Beato João Paulo II definiu como "Mulher eucarística".

“Na sua escola, também a nossa vida torne-se plenamente "eucarística", aberta a Deus e aos outros, capaz de transformar o mal em bem com a força do amor, esforçada em favorecer a unidade, a comunhão, a fraternidade", exortou.

Depois de saudar os fiéis em várias línguas o Papa outorgou a todos a sua bênção apostólica.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Costa Rica rechaça lei da fecundação in vitro



Depois de uma apertada votação de 26 votos a favor e 25 contra na câmara de deputados, os legisladores da Costa Rica decidiram arquivar o projeto de lei que teria permitido a fertilização in vitro no país, devido a uma série de inconsistências na pretendida norma.

Conforme informa o jornal costa-riquenho La Nación, com esta decisão o governo da Costa Rica não cederá ante as pressões da Corte Interamericana de Direitos humanos que quase coagiu nesta nação centro-americana para que permita a fertilização in vitro, dando-lhe um prazo para aprovar uma norma sobre o tema até o dia 31 de julho.

Embora o resultado da votação tenha sido apertado, assinala La Nación, "os deputados a favor e contra criticaram o projeto oficial e o qualificaram de ‘confuso’".

Os legisladores evangélicos Carlos Avendaño e Justo Orozco, sempre se opuseram ao plano. Igual posição defenderam outros quatro deputados do Partido Acessibilidade Sem Exclusão (PASE).

Ontem à noite, a bancada partidária de Liberação Nacional (PLN) definiu o futuro do projeto, e assim o reconheceu o chefe deste grupo, Luis Gerardo Villanueva.

Embora esta decisão não seja definitiva, se algum legislador quiser reatar o debate teria que apresentar um projeto novo e começar todos os trâmites de zero. O trâmite que acaba de ser encerrado com esta decisão foi iniciado em agosto do ano passado.

Os bispos da Costa Rica expressaram em diversas oportunidades seu rechaço a esta norma. Em outubro de 2010, o Presidente da Conferência Episcopal e Arcebispo da capital San José, Dom Hugo Barrantes Ureña, solicitou ao governo que não aprovasse a lei da fertilização in vitro porque é uma técnica que para obter seu fim elimina várias vidas humanas no caminho.

O Prelado disse então que compreende "o sofrimento dos esposos que não alcançam a desejada descendência", mas recordou que "um filho ‘é sempre um dom’ e, conseqüentemente, não pode constituir um meio para satisfazer uma necessidade ou um desejo, mas, sua dignidade como pessoa exige que seja sempre tratado como fim".

O prelado também fez um chamado a respeitar a vida humana desde a concepção, assim como "vigiar, zelosamente, o acatamento do artigo 4.1 da Convenção Americana e o artigo 21 da nossa própria Constituição Política que afirma: ‘A vida humana é inviolável’".

A doutrina católica se opõe à fecundação in vitro por duas razões primordiais: primeiro, porque se trata de um procedimento contrário à ordem natural da sexualidade que atenta contra a dignidade dos esposos e do matrimônio; segundo, porque a técnica supõe a eliminação de seres humanos em estado embrionário tanto fora como dentro do ventre materno, implicando vários abortos em cada processo.

Missa de desagravo após sacrilégio no qual pisaram e jogaram cerveja sobre a Eucaristia

Assim ficou a capela onde desconhecidos cometeram sacrilégio contra a Eucaristia

O Bispo de Pereira (Colômbia), Dom Tulio Duque Gutiérrez, presidirá no próximo domingo 19 de junho uma Missa de desagravo pelo sacrilégio realizado na capela Cristo Salvador no início deste mês, quando um grupo de desconhecidos, provavelmente jovens, pisotearam e jogaram cerveja sobre a Eucaristia.

O Pe. Rodrigo Hurtado Gil, pároco de São Isidro Lavrador em Dosquebradas, à qual pertence a capela Cristo Salvador, indicou que a Missa, que será realizada na ocasião da Solenidade da Santíssima Trindade, está programada para as 17:30h.

Na noite de 5 de junho os profanadores ingressaram na capela colombiana, abriram o Sacrário, tiraram as hóstias consagradas, jogaram-nas no chão, pisotearam algumas e jogaram cerveja em cima.

O Pe. Hurtado Gil recordou em seu comunicado que "ainda sem participar da fé cristã ou religiosa, todo cidadão está moralmente obrigado a respeitar as crenças alheias em virtude do direito de liberdade religiosa".

"Em uma sociedade livre, plural e democrática existem leitos de diálogo e de debate para manifestar as próprias opiniões e discrepâncias", por isso resultam "incompreensíveis à reta razão e ao sentido ético natural, os atos que foram realizados nesta capela ferindo a sensibilidade religiosa de quem professa a fé em Cristo, da qual participa a maior parte das pessoas deste setor", finalizou.

Onde Deus desaparece o homem cai na escravidão e nas idolatrias, alerta o Papa


Em sua habitual catequese da audiência geral celebrada esta quarta-feira na Praça de São Pedro, o Papa Bento XVI explicou que ali onde Deus desaparece, o homem cai na escravidão e nas idolatrias.

Continuando com sua catequese sobre a oração e falando esta vez sobre o profeta Elias a quem Deus suscita para levar a povo à conversão após ter caído na idolatria de Baal, o Santo Padre ressaltou que este relato ressalta a prioridade do primeiro mandamento: Adorar só a Deus.

"Onde desaparece Deus, o homem cai na escravidão das idolatrias, como mostraram, no nosso tempo, os regimes totalitários e como mostram também diversas formas do niilismo, que tornam o homem dependente dos ídolos, da idolatria; escravizam-no", explicou.

Em segundo lugar, continuou o Papa, "o objetivo primário da oração é a conversão: o fogo de Deus que transforma o nosso coração e nos torna capazes de ver a Deus e, assim, viver segundo Deus e viver pelo outro".

E, em terceiro lugar, "os Padres dizem-nos que também essa história de um profeta é profética, está– dizem – à sombra do futuro, do futuro Cristo; é um passo no caminho rumo a Cristo".

Bento XVI propôs aos presentes a história de Elias: "é sobretudo sobre o Monte Carmelo que se mostra em todo o seu poder de intercessor quando, diante de todo o Israel, reza ao Senhor para que se manifeste e converta o coração do povo. É o episódio narrado no capítulo 18 do Primeiro Livro dos Reis".

“Começa assim o confronto entre o profeta Elias e os seguidores de Baal, que, na realidade, é entre o Senhor de Israel, Deus de salvação e vida, e o ídolo mudo e sem consistência, que nada pode fazer, nem o bem nem o mal. E inicia também o confronto entre dois modos completamente distintos de dirigir-se a Deus para rezar”.

“Os profetas de Baal, de fato, gritam, agitam-se, dançam saltando, entram em um estado de exaltação, chegando a fazer incisões sobre o corpo, "com espadas e lanças, até banhar-se todos de sangue". Esses recorrem a si mesmos para interpelar o seu deus, confiando em suas próprias capacidades para provocar a resposta”, ensinou o Papa.

Elias, por outro lado, continuou o Papa, "pede ao povo para que se aproxime, envolvendo-o assim na sua ação e na sua súplica. O objetivo do desafio por ele lançado aos profetas de Baal era o de reportar a Deus o povo que havia se perdido seguindo os ídolos; por isso ele deseja que Israel se una a ele, tornando-se participante e protagonista da sua oração e do quanto está acontecendo".

"Depois o profeta erige um altar, utilizando, como recita o texto, "doze pedras, segundo o número das doze tribos saídas dos filhos de Jacó, a quem o Senhor dissera: 'Tu te chamarás Israel'". Aquelas pedras representam todo o Israel e são a memória tangível da história da eleição, da predileção e da salvação da qual o povo era objeto. O gesto litúrgico de Elias tem uma importância decisiva; o altar é o lugar sagrado que indica a presença do Senhor, mas aquelas pedras que o compõem representam o povo, que agora, pela mediação do profeta, está simbolicamente colocado diante de Deus, torna-se "altar", lugar de oferta e de sacrifício", ressaltou o Santo Padre.

O profeta pede que "que o povo finalmente saiba, conheça em plenitude quem verdadeiramente é o seu Deus, e faça a escolha decisiva de seguir a Ele somente, o verdadeiro Deus. Porque somente assim Deus é reconhecido por aquilo que é, Absoluto e Transcendente, sem a possibilidade de colocá-lo ao lado de outros deuses, que O negariam como absoluto, relativizando-O".

Bento XVI sublinhou que "Ao absoluto de Deus, o fiel deve responder com um amor absoluto, total, que comprometa toda a sua vida, as suas forças, o seu coração. (...) Elias, com a sua intercessão, pede a Deus aquilo que Deus mesmo deseja fazer, manifestar-se em toda a sua misericórdia, fiel à própria realidade de Senhor da vida que perdoa, converte, transforma".

"O Senhor, pelo contrário, responde, e de modo inequívoco, não somente queimando a oferenda, mas mesmo secando toda a água que estava derramada em torno do altar. Israel não pode mais ter dúvidas; a misericórdia divina veio ao encontro da sua debilidade, das suas dúvidas, da sua falta de fé. Então, Baal, o ídolo vão, é vencido, e o povo, que parecia perdido, reencontrou a estrada da verdade e reencontrou a si mesmo", concluiu o Pontífice.

Ao final do encontro, o Papa também dirigiu algumas palavras aos peregrinos de língua portuguesa, recolhidas pela página da Rádio Vaticano:

“Amados peregrinos de língua portuguesa,

uma saudação amiga de boas-vindas para todos, com menção especial para os fiéis das paróquias de Nossa Senhora da Conceição, em Angola, São Sebastião de Campo Grande, no Brasil, e São Julião da Barra, em Portugal. Possa esta peregrinação ao túmulo dos Apóstolos ajudar-vos na vida a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre a humanidade. Como estímulo e penhor de graças, dou-vos a minha Bênção”.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ecologia humana é um imperativo, recorda o Papa Bento XVI


Em seu discurso a seis novos embaixadores perante a Santa Sé que esta manhã apresentaram suas cartas credenciais, o Papa Bento XVI recordou que "a ecologia humana é um imperativo" urgente, respeitando a dimensão religiosa de todo ser humano.

Assim indicou o Santo Padre ao receber Stefan Gorda, da Moldavia; Narciso Ntugu Abeso Oyana, da Guiné Equatorial; Henry Llewellyn Lawrence, de Belize; Hussan Edin Aala, da República árabe de Síria; Geneviève Delali Tsegah, de Gana e George Robert Furness Troup, da Nova Zelândia.

O Papa pronunciou um discurso comum para todos os novos diplomatas e depois entregou a cada diplomata um discurso específico para a nação que representavam. Referindo-se às "inumeráveis tragédias que afetaram à natureza, a tecnologia e os povos" no primeiro semestre deste ano, Bento XVI assinalou que "os Estados deveriam refletir juntos sobre o futuro do planeta em curto prazo, suas responsabilidades em relação à nossa vida e às tecnologias".

"A ecologia humana é um imperativo. Assim, adotar um estilo de vida que respeita o ambiente e sustentar a busca e a exploração de energias puras, que respeitam o patrimônio da criação e que sejam inofensivas aos seres humanos, devem ser prioridades políticas e econômicas".

O Papa sublinhou que é necessário "uma mudança de mentalidade" para "chegar rapidamente a um estilo de vida global que respeite a aliança entre o homem e a natureza, sem a qual a família humana pode desaparecer".

"Todos os governos devem se comprometer a proteger a natureza para que possa desempenhar seu papel essencial na sobrevivência da humanidade. As Nações Unidas parecem ser o marco natural para uma reflexão deste tipo, que não seja obscurecida por motivos políticos e econômicos cegamente partidaristas, privilegiando a solidariedade acima dos interesses particulares".

Bento XVI assinalou logo que "também convém interrogar-se sobre o papel apropriado da tecnologia", porque "acreditar que é o agente exclusivo de progresso ou da felicidade, leva a uma mercantilização do homem que conduz à cegueira e à miséria".

"Basta ver os danos do progresso e os perigos que faz correr a humanidade uma tecnologia onipotente e, em última análise, não controlada. A tecnologia que domina o homem priva-o de sua humanidade. O orgulho que essa gera leva nossa sociedade a uma economia intransigente e a certo hedonismo que determina subjetivamente e egoisticamente os comportamentos".

O Santo Padre ressaltou ademais que "é urgente chegar a conjugar a tecnologia com uma forte dimensão ética. (…) A técnica deve ajudar a natureza a desenvolver-se na linha prevista pelo Criador. Ao trabalhar juntos, o investigador e o cientista se aderem ao plano de Deus, que quis que o homem fosse a cúpula e o administrador da criação. As soluções apoiadas neste fundamento protegerão a vida humana e sua vulnerabilidade, assim como os direitos das gerações presentes e futuras".

"Os governos devem promover um humanismo que respeite a dimensão espiritual e religiosa do homem, porque a dignidade da pessoa humana não varia com a flutuação das opiniões. Respeitar suas aspirações por justiça e paz permite a construção de um sociedade que se promove por ela mesma quando sustenta a família ou recusa, por exemplo, a primazia exclusiva da economia. Um país vive da plenitude da vida dos cidadãos que o compõe, cada um consciente de suas próprias responsabilidades e das possibilidades de fazer valer as próprias convicções".

Finalmente o Papa Bento XVI destacou que "a vida social deve ser considerada sobre tudo como uma realidade de ordem espiritual, os responsáveis políticos têm a missão de guiar aos povos à harmonia humana e à sabedoria tão desejadas, que devem culminar na liberdade religiosa, rosto autêntico da paz", concluiu o Pontífice.

Pisoteiam e jogam cerveja sobre a Eucaristia em igreja na Colômbia


O Pe. Rodrigo Hurtado, pároco da igreja de San Isidro em Dosquebradas (Colômbia), denunciou que a capela Cristo Salvador foi vítima de um ato sacrílego, pois ladrões ingressaram no templo, furtaram dinheiro e bens valorados em mais de mil dólares, para logo retirar as hóstias do Sacrário, derramá-las no chão, jogar cerveja em cima e pisoteá-las.

Conforme informou a rádio colombiana RCN, a Diocese de Pereira, à qual pertence a paróquia de San Isidro, ordenou o fechamento do templo e o retiro do Santíssimo, assim como a excomunhão para os responsáveis pelo sacrilégio.

Espera-se que tudo volte à normalidade na capela Cristo Salvador dentro de um mês, depois da realização de um ato de desagravo previsto pela justiça canônica.

Esta é a segunda vez que a capela Cristo Salvador sofre um ato sacrílego, pois quatro anos atrás, desconhecidos quebraram as mãos de uma imagem da Virgem Maria, além de furtar elementos do templo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Muita confusão e um único sacerdote: "Legado" do Bispo removido por negar doutrina católica


Muita confusão e uma única vocação sacerdotal tardia. Essa é a herança de Dom William Morris, quem fora Bispo da Toowoomba (Austrália) desde 1993 até 2 de maio de 2011, data em que o Papa ordenou sua remoção devido ao seu persistente apoio à ordenação sacerdotal de mulheres e casados, à absolvição geral na confissão e ao desterro total da vestimenta clerical.

Em declarações, um ancião sacerdote australiano que pediu não ser identificado denunciou que – depois do passo do Bispo Morris que durante anos desobedeceu ao Papa e a diversas autoridades do Vaticano que lhe exigiram apresentar sua renuncia– o que resta é muita confusão e o que falta são jovens.

"Olhem sua página Web, sua ‘pastoral para jovens’ não tem gente porque não há jovens. Todos são anciãos e a maioria de seus sacerdotes são maiores de 65 anos. O mais jovem de todos tem quase 50!"

Este presbítero não é o único que recorda a "herança" de Dom William Morris. Norm e Mavis Power se mudaram a Toowoomba em 1959 com a esperança de ter um bom lugar para sua família e um espaço adequado para crescer em sua fé católica.

"Nesse tempo – havia um monastério justo ao centro da cidade dirigido por sacerdotes do Santíssimo Sacramento. Era um centro de oração e atividade. De fato todas as igrejas da cidade estavam cheias. A vida da Igreja era muito vibrante".

"Agora, entretanto, o monastério está fechado e as mesmas igrejas estão vazias. É muito, muito triste", acrescentam.

Com as dramáticas mudanças que impulsionou Morris como o desterro da vestimenta clerical e sua substituição pelo terno e gravata, e com a imposição de práticas como a absolvição geral de pecados, comenta Mavis, "o Bispo dizia às pessoas o que eles queria escutar, não o que a Igreja Católica ensina".

Norm recorda que "em vez de confissões individuais, as pessoas tinham que ficar em fila, escrever seus pecados em um papel e pô-los em uma jarra. Além disso, promovia-se uma inadequada participação laical em todos os lugares".

"Assim, se um domingo um sacerdote não estava presente, já não se buscava um outro próximo, mas sim pedia a algum leigo que dirigisse o serviço e desse a comunhão alegando que ‘queriam conservar a comunidade unida’".

Mavis Power assegura que "foi muito difícil. Realmente complicado, e cada vez que escrevíamos ao Bispo sobre alguma destas coisas sempre nos dizia que erámos nós os que estávamos no engano".

A posição contrária de William Morris à doutrina católica fez que o Vaticano solicitasse sua presença em distintas ocasiões entre 2005 e 2007 em Roma. Ante sua negação para dar razão de suas ações, a Santa Sé realizou em 2007 uma visita apostólica (investigação), depois da qual exigiu pacientemente, em repetidas ocasiões e durante vários anos, que apresentasse sua renúncia ao cargo.

A este pedido sempre respondeu que não, apesar do fato de que o mesmo Papa Bento XVI exigiu sua renúncia em uma reunião em Roma realizada em junho de 2009, ao qual também se negou.

William Morris declarou em diversos meios de rádio e televisão australianos que "negou a justiça natural" no Vaticano e que a reunião com o Papa foi "como a Inquisição. Ele era imutável. Não houve diálogo".

Para a colunista Kate Edwards da ABC, "a realidade é que se o Bispo Morris da Toowoomba tivesse estado trabalhando para uma organização civil regida pelas leis comerciais, certamente tivesse sido culpado no cargo de falsa representatividade. Ele se apresentava como alguém que ensinava a fé católica, mas de fato não o estava fazendo!"

Em opinião de Christopher Pearson do The Australian, "a remoção do Morris envia uma clara mensagem aos bispos, na Austrália e em todo mundo. A paciência da Santa Sé não é, como parece ser, ilimitada".

"Os bispos mais liberais podem ir dizendo adeus às suas fantasias dos anos 90 de ordenar freiras ou ao menos terão que reservá-las para si próprios apenas", acrescenta.

Enquanto isso, o trabalho de reconstrução da diocese já foi iniciado sob o mando do Administrador Apostólico e Bispo de Brisbane, Dom Brian Finnegan, quem recebe o cargo, pelo momento, de velar por 66 000 pessoas divididas em 35 paróquias.

Norm e Mavis Power, agora com 13 netos, comentam que esperam poder ajudá-los em seu crescimento na fé e afirmam que seguirão rezando para ter um bom Bispo. Asseguram ademais que não deixarão de rezar pelo que acaba de deixar o cargo.

30 anos depois da descoberta da AIDS, aumenta a consideração pela perspectiva da Igreja


Fidelidade conjugal e abstinência em vez de preservativos

O Observador Permanente do Vaticano ante a ONU em sua sede de Genebra, Dom Silvano Tomasi, explicou que o apreço pela perspectiva e o enfoque que tem a Igreja na luta contra a AIDS, enfermidade descoberta 30 anos atrás, cresce cada dia mais entre as organizações de todo o mundo.

O Núncio assinalou que "estamos no começo de uma convergência no sentido de que os funcionários de instituições internacionais, organizações e pessoas de grupos religiosos conversam agora sobre as linhas de ação e se respeitam mutuamente um pouco mais".

O Arcebispo disse que "está provado e inclusive documentado agora que a maneira mais efetiva (para evitar o contágio) é a mudança de conduta. E nisso insistimos", em referência às políticas que promovem a abstinência em vez do uso do preservativo para lutar com a enfermidade.

As declarações de Dom Tomasi foram dadas na mesma semana em que um novo relatório revela que milhões de pessoas morrem por causa da AIDS porque muitos governos ocidentais não terminam de entender que o preservativo não é uma medida efetiva na luta contra esta doença.

A investigação leva o título "A Igreja Católica e a crise global da AIDS" foi dada pelo perito em saúde pública Matthew Hanley.

Hanley assinala que "sempre nos dizem que os preservativos são o melhor meio ‘técnico’ para prevenir a transmissão do vírus do HIV, mas nunca nos dizem que a promoção do preservativo fracassou em reverter as epidemias na África e as condutas de risco".

O perito calcula que na África 6 milhões de infecções poderiam ter sido evitados, se em vez do preservativo se promovia a aproximação da Igreja que promove a fidelidade conjugal e a abstinência, que teve grande êxito em países como Uganda.

O investigador conclui afirmando que "os líderes da saúde pública poderiam reconhecer esta realidade mas seguem sendo resistentes a enfatizar as ‘soluções técnicas’ antes que as mudanças de conduta".



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Cristãos brasileiros devem unir-se para lutar contra a corrente anti-cristã, afirma Prof. Aquino


Em um artigo publicado este 1 de junho, o conhecido autor e apresentador da Canção Nova, Prof. Felipe Aquino, realizou um apelo a todos os cristãos do Brasil a lutar pela família, e mais concretamente, alertou para os perigos do Projeto de Lei 122 que criminaliza a discordância com a homossexualidade e fere a liberdade de expressão. “Mais do que nunca hoje é preciso esta união, pois forças gigantescas se movem contra a fé cristã”, recordou o Prof. Aquino lembrando a recente Marcha pela Família em Brasilia que reuniu milhares de cristãos brasileiros para protestar contra o projeto.

No seu artigo, o Prof. Aquino destaca a chamada de João Paulo II na sua Encíclica “Ut Unum Sint” a todos os cristãos na qual o agora beato “lembra que os cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes) precisam se unir para enfrentar a atual “corrente anticristã””.

Citando a mencionada Encíclica o autor católico sublinha as palavras de João Paulo II: “unidos na esteira dos mártires, os crentes em Cristo não podem permanecer divididos. Se querem verdadeira e eficazmente fazer frente à tendência do mundo a tornar vão o Mistério da Redenção, os cristãos devem professar juntos a mesma verdade sobre a Cruz”.

“Mais do que nunca hoje é preciso esta união, pois forças gigantescas se movem contra a fé cristã. Nesta quarta feira (1/6/2011) cerca de cinqüenta mil cristãos (católicos e protestantes) se uniram em manifestação pública em Brasilia para contestar o projeto de Lei 122 que criminaliza quem discordar da prática homossexual, que o Catecismo da Igreja chama de “depravação grave” (§2375)”, afirmou também o Prof. Felipe.

“O projeto é malicioso e maldoso; vai contra o Artigo 5º da Constituição Federal que defende a livre expressão. Já existem leis para coibir quem ofende, discrimina ou zomba de qualquer pessoa, seja homossexual ou não; mas o que o projeto visa é muito mais: é impedir que se pregue contra o pecado; é colocar na cadeia quem se posicionar contra a prática homossexual (não contra a tendência)”.

“O que se deseja com este Projeto é estimular a prática homossexual mais do que garantir o direito da pessoa assumir esta opção”, asseverou o blogger e apresentador da Canção Nova.

Insistindo que jamais se deve discriminar os homossexuais, o autor afirma também que “não podemos negar a Lei de Deus e o ensino da Igreja sobre a prática homossexual, como pecado grave (sodomia)”.

“A posição da Igreja não muda. Portanto, é hora de união de todos os cristãos, deixando de lado o que nos divide, e deixando de nos ferirmos mutuamente, para defender a Lei santa de Deus”, afirmou o pensador católico chamando à união dos cristãos contra a corrente que busca impor a ideologia de gênero e fazer uma apologia do homossexualismo, promovendo estes anti-valores até mesmo entre crianças de idade escolar como no caso do kit gay, que segundo grupos e peritos em temas de família, sob o pretexto de educar as crianças contra a homofobia na verdade estimula à prática homossexual.

“Precisamos exigir dos parlamentares (por carta, email, telefone, manifestação pública, etc.) que este maldoso e disfarçado Projeto seja arrancado desde as raízes, enquanto é tempo. Depois não adiantará chorar. Não podemos ficar em nossas grupos de “consolo mútuo”, onde cada um chora no ombro do outro e não faz nada. “Cristãos unidos jamais serão vencidos”, como no primeiro século da Igreja”, afirmou o Prof. Aquino.

Por último, o autor assevera que “todos precisamos nos manifestar, especialmente o clero em suas homilias, pregações, sites, etc., como muitos já estão fazendo graças a Deus”.

O artigo completo do Prof. Aquino pode ser visto no seu blog em:
http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/

Cardeal Medina pede que legisladores católicos não apóiem as uniões gay


O Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, o Cardeal Jorge Medina, chamou os parlamentares católicos a não dar seu voto ao Acordo de Vida em Comum, porque abriria as portas às uniões homossexuais no Chile.

"A iniciativa é lamentável, porque não se trata de regular ou regulamentar as uniões de fato, mas sim favorecê-las", disse esta segunda-feira o purpurado à Radio Bío Bío. "Isto significa, desde o ponto de vista da lei, dar um golpe ao matrimônio e introduzir um elemento mais para debilitar esta instituição essencial para toda sociedade que é o matrimônio entre um homem e uma mulher para toda a vida", acrescentou.
O Cardeal advertiu que o matrimônio "já foi debilitado com um golpe feroz ao ser aprovada a lei de divórcio". "Nossa postura não vai mudar, porque tudo o que signifique debilitar o matrimônio é negativo e lamentável", assinalou.

O Cardeal também recomendou às pessoas com tendência homossexual "que evitem o contato com pessoas homossexuais, porque já sabemos onde pode parar esta coisa. É um esforço, mas toda vida cristã implica um esforço".

"A tendência homossexual é algo que a ciência não esclareceu de onde procede. Uma pessoa pode tê-la, mas viver conforme à moral, quer dizer, não viver com um casal, não deixar-se levar por esse impulso da homossexualidade que é muito forte", assinalou.

O Cardeal Medina recordou que uma convivência homossexual é "desde o ponto de vista católico e cristão é inaceitável. São Paulo disse: 'Os que pratiquem a sodomia não verão o reino de Deus'. Não se pode dizer uma coisa mais forte".

"Quando uma pessoa tem a tendência homossexual muito forte, não deveria contrair matrimônio, porque está viciado ao ponto que um tribunal eclesiástico poderia considerá-lo nulo, está considerado no direito canônico", explicou.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Aborto


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Aborto

Mais de 20 mil pessoas marcham em Brasília contra Projeto de Lei que criminaliza a “homofobia”


Milhares de pessoas de todo o país, católicos e cristãos em sua maioria, se reuniram em Brasília, nesta quarta-feira, 1º, para participar da Marcha pela Família, realizada em frente ao Congresso Nacional. A mobilização quis protestar contra o Projeto de Lei (PL) 122/06 que criminaliza a homofobia no país e pretende penalizar opiniões e atitudes contrarias à homossexualidade, ferindo a liberdade de consciência e expressão garantidos pela Constituição brasileira.

Segundo números oficiais da Policia, houve mais de 20 mil pessoas. Os organizadores apresentaram um manifesto e entregaram ao Senado, ao final do ato, em torno de 700 mil assinaturas de um abaixo assinado contra o projeto de lei, afirmam os editores do site Votocatólico.com.br.

Segundo esclarece o vigário episcopal da Arquidiocese de Brasília, padre Paulo Sérgio Casteliano em declarações ao Portal Canção Nova Notícias, "esse projeto pode transformar em criminosa qualquer pessoa ou instituição que tenha posição contrária ao incentivo e prática homossexual",.
O sacerdote alerta que, se a lei for aprovada, a pessoa não terá o "direito de pensar diferente" e pode ser preso injustamente, com uma falsa acusação de homofobia.

Em suas declarações à Canção Nova o Pe. Sergio oferece um exemplo das implicâncias do Projeto de Lei.
"Se você contratar um funcionário que tenha essa opção sexual e, depois de um tempo de serviço, ele se demonstrar desleixado ou irresponsável e for mandado embora por justa causa, basta ele dizer que está sendo perseguido por causa da opção sexual e essa lei irá criminalizar imediatamente o empregador, que pode ir para a cadeia sem direito à fiança".

Votocatólico destaca que o PLC 122, de autoria da ex-deputada federal Iara Bernardi, do Partido dos Trabalhadores (PT) de São Paulo fere a liberdade de consciência e de expressão. Este direito está protegido pela Constituição brasileira.

O evento, que reuniu católicos e cristãos de todo o Brasil, também contou com a presença de alguns parlamentares que discursaram contra o PLC 122.

Entre eles os deputados federais que se manifestaram contra o projeto estavam Eros Biondini, do Partido Trabalhista Brasileiro de Minas Gerais; João Campos, do Partido da Social Democracia Brasileira; Ronaldo Fonseca, do Partido da República do Distrito Federal; Jair Bolsonaro, do Partido Progressista de Rio de Janeiro; Anthony Garotinho, do Partido da República do Rio de Janeiro; e os senadores Marcelo Crivella, do Partido da República do Rio de Janeiro; Walter Pinheiro, do Partido dos Trabalhadores de Bahia; e Magno Malta, do Partido da República de Espírito Santo, entre outros.

Os organizadores afirmaram que a manifestação não pretendia confrontar cristãos com homossexuais, nem fazer juízos ao respeito destes, mas sinalizar a oposição a uma iniciativa de lei que fere as liberdades civis de consciência e de expressão. Consideraram preconceituoso estigmatizar de "homofóbicos" aqueles que, sem induzir à violência, se opõem ao autoritarismo da ideologia gay.

Os organizadores destacaram também o fato de terem conseguido que católicos e cristãos de diversas denominações, tenham podido agir juntos "perante os agressores da família e da liberdade".

Em oposição ao evento, um grupo minoritário de ativistas do movimento gay fez uma espécie de contra-marcha, reunindo-se em frente à Catedral de Brasília às 15:00 horas, no mesmo horário em que a Marcha contra o PLC 122 foi convocada.

Os ativistas hostilizaram os manifestantes chamando-os, aos gritos, de "nazistas" e "fascistas". Segundo o que foi divulgado na internet, na Universidade Nacional de Brasília houve tentativas de queimar alguns exemplares da Bíblia. O evento foi praticamente ignorado pela imprensa.

Votocatólico também denuncia que no Twitter, houve uma inexplicável censura ao trend (marcador) #ContraPL122, com o qual milhares de pessoas etiquetaram seus tweets, fazendo com que ficasse posicionado como um tema destacado; porém sem notificação alguma, deixou de ser quantificado. Mesmo com o site Trending Topics Brasil mostrando o trend no topo, o Twitter deixou de mostrá-lo.

Ideologia de Gênero: saiba mais e conheça riscos para a sociedade


Leonardo Meira

"Gênero" e "sexo" são sinônimos ou dizem respeito a realidades diferentes? Não é muito difícil encontrar os dois termos sendo usados de modo correlato, embora possuam sentidos completamente distintos. E é exatamente aí que se encontram os perigos da assim chamada Ideologia de Gênero (IG), em que a sexualidade humana é vista como "papel socialmente construído", pois o ser humano nasceria sexualmente "neutro".

"A Ideologia de Gênero começou com a revolução sexual, onde houve clara separação entre o corpo e o sexo ligado à procriação. Na desvinculação dessas questões, a pessoa vê o corpo não mais como algo que lhe é dado em seus caracteres biológicos e pessoais, mas como uma construção, adquirida a partir da sociedade e da cultura em que se vive", esclarece o doutorando em Teologia da Família pelo Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família, padre Raimundo Mário Santana.


O que é Ideologia de Gênero?

"Os proponentes desta ideologia querem afirmar que as diferenças entre o homem e a mulher, fora as óbvias diferenças anatômicas, não correspondem a uma natureza fixa que torne alguns seres humanos homens e, a outros, mulheres. Pensam, além disso, que as diferenças de pensar, agir e valorizar a si mesmos são produto da cultura de um país e de uma época determinadas, que atribui a cada grupo de pessoas uma série de características que se explicam pelas conveniências das estruturas sociais de certa sociedade. Querem se rebelar contra isto e deixar à liberdade de cada um o tipo de 'gênero' a que quer pertencer, todos igualmente válidos. Isto faz com que homens e mulheres heterossexuais, homossexuais, lésbicas e bissexuais sejam apenas modos de comportamento sexual produto da escolha de cada pessoa, liberdade que todos os demais devem respeitar", explica o documento A ideologia de gênero: seus perigos e alcances, publicado em 1998 pela Conferência Episcopal Peruana, um dos mais completos textos sobre o assunto.

Acesse
.: A ideologia de gênero: seus perigos e alcances
.: Igreja e sexualidade: conheça a doutrina sobre o assunto

Essa tendência de diferenciação entre "sexo biológico" e "sexo social", enquanto construção das condutas e normas da sociedade, é bastante complexa e pouco estudada devido aos próprios empecilhos criados pelos adeptos da IG. "Não se permitem estudos mais aprofundados na área, pelo temor de que se leve a algum tipo de preconceito ou algo nessa linha. Acredito que é preciso ter em conta os aspectos corporais, fisiológicos. A estrutura social também tem suas influências, mas cada um de nós nasce com características que são próprias, seja de homem ou de mulher, que são inatas e não existe como modificar isso devido a uma questão social", salienta a doutora em Microbiologia e Imunologia com atuação na área de Bioética e professora da Universidade de Brasília (UnB), Lenise Garcia.

No aspecto religioso, o pensamento da IG acaba por defender a ideia de que Deus criou o homem, a mulher e mais todo o tipo de "gêneros" possíveis, ao bel-prazer de cada um. "São divisões que agridem a moral católica. Alguns vanguardistas da ideologia de gênero dizem que a Igreja está rejeitando algumas pessoas. Contudo, na verdade, não se pode afirmar tendenciosamente que Deus faz as coisas segundo o nosso querer. Aquilo que é o elã, a inspiração – Deus nos fez homem e mulher para partilharmos Sua obra criadora – transforma-se em elemento divisor", explica o doutor em Teologia Moral, coordenador nacional do grupo de reflexão sobre problemas morais da CNBB e padre da Arquidiocese de Londrina, Rafael Solano Durán.


Montagem sobre fotos / Arquivo Pessoal
Doutor em Teologia Moral e coordenador nacional do grupo de reflexão sobre problemas morais da CNBB, padre Rafael Durán, e doutora em Microbiologia e Imunologia com atuação na área de Bioética e professora da Universidade de Brasília, Lenise Garcia
Subjetivismo e relativismo

Os adeptos da IG não apenas alimentam sua visão em discussões acadêmicas, mas organizam movimentos que tentam impor esse entendimento como o que deve ser aceito pelas legislações e direito civil (nos casos, por exemplo, do "casamento" homossexual ou da permissão de adoção por esses, para citar alguns). Aí surgem riscos para a estrutura da sociedade ocidental, baseada nos princípios cristãos e grandes valores humanos, como a família fundada no matrimônio entre o homem e a mulher.

Um dos maiores perigos da IG é o imenso espaço que se abre para o subjetivismo moral e sexual. Se ninguém nasce, mas se "faz" homem e mulher ao longo da vida, alguém poderia passar de um lado sexual para o outro a qualquer momento. "Seria uma esfera total do relativismo, da mudança de caráter, bem como daquele caráter absoluto de Deus Criador. Se eliminássemos a possibilidade de que Deus nos faz homem e mulher, diríamos que Deus é completamente ambivalente, que cria e recria de modo diferente", complementa padre Rafael.

Ele recorda que hoje já se vive um grande relativismo em questões sexuais, mas a situação moral e ética poderia se tornar ainda pior. "Cada um decide qual deve ser seu comportamento, sem nenhum tipo de referência objetiva. Isso leva não somente a uma crise de identidade, mas também a uma experiência verdadeiramente escravizante. Chega-se a um ponto tal em que cada um torna-se dono de suas próprias decisões, de suas próprias opções, mesmo se estiverem completamente erradas. A Ideologia de Gênero abre essa brecha para dizer que tudo é completamente permitido e completamente moral. Perderíamos o valor essencial e maravilhoso da nossa identidade: Deus nos criou seres únicos", justifica.


Reprodução e unidade

A questão da reprodução é outro item muito preocupante. "Diga-se o que se diga, só pode acontecer reprodução entre homem e mulher, e isso é algo fundamental para a continuidade da humanidade", sublinha a doutora Lenise Garcia. Ela também indica a influência dessa ideologia na educação das crianças. "Em uma sociedade em que não seja bem esclarecida a questão da sexualidade, uma criança pode interpretar que a amizade com outra do mesmo sexo tem alguma coisa a mais – ela poderia interpretar desse modo se na educação não for colocada de forma adequada essa questão", diz.

Já padre Raimundo aponta outro dano: "perde-se a unidade substancial do homem, pensado como um todo. Ele deixa de ser uma unidade entre corpo e alma e o sexo passa a ser visto como algo meramente físico, que se pode usar, manipular, ligado quase que somente à genitalidade. Esse movimento é perigoso justamente porque usa de técnicas que apresentam às pessoas a sexualidade apenas em vista de um prazer que se possa ter em benefício próprio, sem se dar conta de que a sexualidade caracteriza e forma a pessoa inteira", afirma.

Quando o homem perde sua identidade como macho e fêmea, como homem e mulher, quebra-se o vínculo que esse caráter tem para todos os âmbitos da vida. "Quebrando essa unidade, quebra-se também todos os outros valores que da sexualidade dependem: o matrimônio, a família, os vínculos sociais, pois se banalizam elementos essenciais para a constituição da pessoa e da sociedade. Colocando em dúvida a diferença sexual, coloca-se em risco todos os outros valores da vida humana que estão intimamente ligados a essa diferença", ressalta o sacerdote.


Montagem sobre fotos / Arquivo Pessoal
Diácono permanente e formador de casais da Comunidade Canção Nova, teólogo Paulo Lourenço, e o doutorando em Teologia da Família pelo Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família, padre Raimundo Mário Santana
Diferenças

A doutora Lenise Garcia indica que deve ser feita uma distinção muito clara entre o respeito que cada pessoa humana merece – independente de toda e qualquer escolha que faça, devido à dignidade humana a qual todos têm direito – e a realidade de não se poder colocar em posição crítica em relação a determinados comportamentos. "Muitas vezes, não se faz essa distinção, como se a crítica ao comportamento fosse uma crítica à pessoa. É preciso se entender bem isso para não se fazer confusão nessa área".

O formador de casais da Comunidade Canção Nova, teólogo e diácono permanente, Paulo Roberto Oliveira Lourenço, lembra que as questões ligadas à sexualidade humana nunca podem estar desvinculadas das emoções e afetos humanos, que são próprios do sexo masculino e feminino.

"A mulher tem a sua afetividade aflorada por emoções e o seu comportamento sexual sempre estará ligado à busca de um vínculo amoroso, o que não acontece com o homem, que tem características humanas mais voltadas ao prazer e as suas emoções são reservadas. Qualquer mudança que se queira fazer, com o argumento de que a sociedade pode construir um 'gênero' diferente, estará fadada ao fracasso da própria pessoa humana, pois os seus afetos não mudam. Podem se distorcer, o que acontece muito, gerando pessoas infelizes, emocionalmente desequilibradas, feridas na sua afetividade", sublinha.


Acesse documentos de interesse do Magistério da Igreja
.: Declaração Persona Humana sobre alguns pontos de ética sexual
.: Orientações educativas sobre o amor humano – linhas gerais pantegra uma educação sexual
.: Sexualidade humana: verdade e significado

Fonte: Canção Nova
Compilação na íntegra: Miguel com seus anjos